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Visita a Mariana – Ano Novo

Visitar Mariana em começo de Ano Novo foi um tempo, um aproximar da situação e de chão sagrado. Percorrendo o caminho, visitando famílias, conversando com pessoas, celebrando na praça este tempo foi um tempo necessário para dizer : “ouvir a nossa irmã Terra, a nossa casa comum, que grita bem alto pelo dano que lhe causamos, pelo uso irresponsável e abuso dos dons a nós confiados pelo Deus de bondade” Laudato Si # 2.

Tive informações de que as providências tomadas pelas mineradoras estão num ritmo lento dos trabalhos e as famílias continuam deslocadas de Bento Rodrigues ( Fundão) e ainda os 663 quilômetros de 3 rios (Doce, Gualaxo do Norte e do Carmo) continuam poluídos e 1.469 hectares de vegetação foram destruídos e estão com lama e rejeitos de minérios impossibilitando a fertilidade deste solo.

Minha conversa com o arcebispo Dom Geraldo Lyrio foi de confirmação de que anos se levará para recuperar este povo, a cultura, a educação, saúde, toda vegetação, agricultura e cursos da bacia do Rio Doce.

Todas as barragens estão comprometidas. Há material que ainda não foi contido e as maiores responsáveis são a Samarco, Vale e BHP, sendo as mais poderosas do mundo. Dom Geraldo me dizia: “ quando vi tudo aquilo, refleti se fosse uma tragédia da natureza seria um tempo de compaixão , mas vimos que a causa é irresponsabilidades destas mineradoras e isso me causa indignação”

Neste espírito do Papa Francisco, que nos chama a conversão ecológica, somos todas chamadas a um posicionamento e a ouvir a Mãe Terra…

Ana Helena