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Ele está no meio de nós.

Seria muito difícil, ou mesmo impossível, viver se não fosse essa presença insondável de Deus revelada em seu filho Jesus.

Por meio destas linhas, desejo partilhar um pouco de como foi viver este tempo de passagem (quaresma) na escola e, agora, nestes dias de férias, viver um tempo novo da ressurreição (Páscoa).
“Charles Lwanga College of Education” em Chikuni, diocese de Monze, é um colégio interno coordenado por padres Jesuítas, para formar professores para a educação fundamental. Esse mesmo colégio está no momento preparando para formar, oficialmente, professores para o ensino médio. Toda a formação, com o tempo de estágio, leva três anos, sendo o estágio de três meses, no segundo ano. As aulas iniciaram na segunda semana de janeiro, porém eu só me apresentei na administração na terceira semana, imediatamente três dias depois de voltar de um maravilhoso tempo de férias na minha terra, Brasil. Esses detalhes da partilha seriam desnecessários, se tudo que vivi nestes três primeiros meses na escola não fosse puro mistério do amor e da bondade de Deus na minha vida.

Medo e coragem parecem ser as palavras que não caminham juntas, porém com Fé, confiança e a presença amorosa de Deus, de diferentes formas – até medo e coragem – podem caminhar juntos. Mesmo com o limite da língua, sendo a única Irmã em todo o colégio, e distante da minha comunidade, tudo correu bem na medida do possível. Muitas amizades foram cativadas neste pouco tempo, ajudas vieram do céu e da terra para todos os tipos de situações, desde palavras não entendidas a encorajamento para não desistir nas dificuldades.

A vida religiosa é um sinal profético do cuidado e da extensão comunitária em todos os lugares. Neste início, no colégio, grande foi o suporte oferecido pelas irmãs do Espírito Santo e os padres Jesuítas. Sempre conferindo se eu estava bem, às vezes, me convidando para o café da manhã, no fim de semana, ajudando a corrigir meus trabalhos antes de entregar aos professores e, até mesmo, trazendo alguns mimos como suco e alimento fresco para eu me sentir um pouco em casa. Sem contar as caronas para eventos da igreja, em nível de diocese. Ainda na linha da vida religiosa, eu não posso deixar de mencionar minha familia Religiosas do Sagrado Coração de Maria (RSCM) que, desde o momento da seleção para entrar no colégio até este momento, tem me dado suporte, amor e muita coragem para continuar esta jornada. Minhas irmãs me surpreenderam de muitas formas, de forma particular a Comunidade de Chivuna e minha Comunidade de Choma.

Para concluir, eu posso, sem medo, dizer que, mesmo com todos os desafios, eu gostei muito de viver cada dia, melhor dizendo, cada intenso dia como aluna interna, sim; mas ainda tenho medo do que está por vir! Porém, como sei que Ele está e vai permanecer comigo, também tenho coragem para prosseguir. Agradeço as orações e suporte por meio de e-mails, whatsapp, mensagens, telefonemas e facebook. Essa jornada está sendo feita fisicamente e psicologicamente por mim, porém essa jornada é de todas nós, RSCM e missionários, que acreditamos que por meio de mais formação poderemos servir melhor. Isso é verdade! Pois, em três meses na escola, eu conheci e vivi coisas que talvez em anos eu não teria aprendido, entendido e vivido nestas terras. Agradecida a Deus por me confirmar nas minhas capacidades e me guiar nas minhas limitaçoes para melhor O amar e servir.

Com gratidão,
Aélita Otavia
(ou como oficialmente sou chamada no colégio)
Da Silva, RSCM.