Deus se faz pobre entre nós.

Falar do Bispo Pedro me traz lembrança do meu Noviciado, através do Filme Anel de Tucum, um Bispo que foge da lógica de um modelo pré-existente de Bispado, assim também fala de uma Igreja que faz opção pelos mais empobrecidos, os Indígenas, posseiros, trabalhadores e peões. Pensava nessa Igreja longe de se concretizar um trabalho nesta localidade, não se conformava ao ouvir as histórias tão bárbaras sem escrúpulos; o Ser humano, os pobres não tinham valia, matar era o habitual.

O Bispo Pedro, homem frágil e forte ao mesmo tempo, incomodava muita gente por aqui.  Um homem de intensa oração, um poeta, deixou o legado, uma Igreja que fez opção, pelos empobrecidos, um Pastor conhecedor das causas dos oprimidos.

Para mim, morar neste lugar com tantas complexidades, um trabalho com os povos Indígenas, me dá meios de desconstruir ideias pré- estabelecidas para melhor adaptabilidade às diferentes situações na forma de trabalho.

Momentos fortes no dia do velório, em Cascalheiras, tudo muito simples, as orações muito profundas, pessoas chegando para as últimas homenagens, Deus se faz presente naquele corpo e em todas suas histórias. Registro em minha memória… ali, no caixão, a bíblia em seus pés descalços… a fé está no pé, minha irmã… deixa esse legado para nós: a fé sem obra é morta, morre mais um profeta da Igreja do Brasil.

 

 

 

Ir. Lucilene de Oliveira, RSCM